sábado, 20 de março de 2010

RETA FINAL

Estamos chegando ao dia mais esperado. O dia onde ocorre a mais honesta e sincera comunhão da arte teatral: A ESTRÉIA. Teatro sem público não existe e público sem espetáculo não é público, é simplesmente alvo. O foco desse espetáculo que criamos a quatro mãos está naquilo que cada um dos integrantes acredita: "A VIDA É FEITA DE ENCONTROS" E nós, operários deste ofício, desta obra, desta investigação teatral, pessoal e universal, nos encontraremos com um conjunto de outros de nós no próximo dia 03 de abril. Para os artistas e espectadores desta obra,  ficará clara uma única coisa: Tudo é permitido. Tudo é visível e é possível. Há uma assertiva dita pelos cantos teatrais desta e de outras cidades que diz: "No palco é possível ver a coxia, ainda que ela não apareça fisicamente." E, sendo isso uma verdade, da cadeira de direção afirmo: As pessoas verão um espetáculo com seres iluminados. A preocupação de todos os envolvidos nesse processo durante todo o tempo foi uma só: A qualidade do espetáculo como produto final de uma caminhada artística. E que caminhada! Honesta, de corpo, de alma, de espírito, de perseverança, de alegria e muito suor nos corpos desses artistas que, segundo propus, continuam e continuarão buscando aperfeiçoarem-se a cada dia em prol de um crescimento maduro, natural e infinito deste espetáculo. Gosto quando posso dizer que um espetáculo não é mais meu... E eu o dirijo pensando nisso. Quero que ele não seja meu, mas dos artistas que o fazem. Crio um espetáculo com a percepção madura de um pai que cria um filho não para si próprio, mas para o mundo... Então, como tal, vem chegando a hora de soltar a mão desse filho, (é hora parar de empurrar a bicicleta) para que ele siga sozinho. Mas é claro que, como um bom pai, estarei ali... Para quando o filho que criei e dei de presente para mundo voltar a precisar de mim. Tudo está sendo feito de maneira cuidadosa para que o nosso público possa não somente assistir um espetáculo, mas participar efetivamente dele como parte complementar. Entrar com a sua parcela de humanidade e experimentar sua própria transformação nas mais diversas áreas da via sensorial e emocional dos seu corpo e estado e espírito. Mas nada seria possível se não tivéssemos cada um dos envolvidos dando a sua contribuição de amor, respeito, carinho e fé. A fé é necessária em tudo nessa vida. Até para levantar é preciso ter fé que vale a pena e que é preciso, mesmo que seja para nada fazer. E nós, que muito fizemos, somos gratos a todos os que nos permitiram de uma maneira ou outra, trabalhar para levantar este espetáculo. Não há nível de importância para isso. Cada um dos que se encontraram com esses anjos e que de alguma maneira lhes permitiram caminhar de forma mais confortável são importantes. De uma coisa estamos certos: Participaremos de uma comunhão incrível... Uma comunhão integral e absoluta, posto que o que queremos, antes de tudo, não é dizer o que já está dito pela vida, pelo universo, mas deixar que cada um dos presentes voltem ao mundo real com o que deixou-se de ser dito para que fosse apenas sentido. E o que é sentido não pode ser explicado, nem esquecido, não pode ser lido, sequer compreendido. Ele apenas existe ou nasce daquilo que foi experimentado... Foi vivido... Portanto, a partir do dia 03 de abril, não desejarei que todos tenham um bom espetáculo... Mas que todos tenham um bom jantar ou uma boa absorção do que por nós foi experimentado trabalhado e vivido.

Aguardamos todos para a essa grande "ceia dionisíaca" de integração, transformação, e principalmente de muitas e muitas sensações no Teatro Marista (Conde de Bonfim, 1067-Tijuca).

2 comentários:

  1. Ansiosa para assisti-los!!!
    Fiquei muito feliz ao ver os cartazes espalhados pela CAL e ver que o projeto está deixando de ser um projeto e criando vida!
    Beijos

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  2. Espetáculo é que nem filho: Primeiro a gente cria, depois solta no mundo!

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