quinta-feira, 29 de abril de 2010

RE-NASCER

Com o final da temporada no Teatro Marista - RJ, o espetáculo entra novamente em vias de "re-nascer". Com respostas otimistas e bastante positivas, entramos numa fase de busca por novos palcos para apresentação. Como todo espetáculo, essa primeira temporada serviu para amadurecer as idéias... Temos um espetáculo em mãos... Um "Steam Artístico" que não pode parar de crescer, de ser investigado e, é claro, de ser visto. A busca por empresas que vinculem suas marcas ao produto que temos em mãos continua... Seja através de leis de incentivo ou pela simples e honesta empatia destas com o produto artístico que temos em mãos. Obviamente, essa "troca" é indispensável para continuidade dos projetos culturais do nosso país, e especialmente dos nossos "Anjos" que pretendem alçar vôos cada vez maiores dentro e fora do país. Com isso, quem ganha somos todos nós: O Conjunto dos que fazem acontecer! Os espectadores, os artistas (por poderem prosseguir adiante) e, é claro, as empresas que estiverem junto conosco nessa empreitada seguindo com seus nomes vinculados a um produto de qualidade. A vantagem desse espetáculo é que não é apenas um espetáculo... É um evento cultural incrível! De maneira geral, vincular teatro, artes plásticas e literatura (falando da mesma coisa sob outras óticas e perspectivas), faz com que o expectador transite por emoções e sensações diferentes dentro de um mesmo contexto (que nascem, aliás e sempre, do encontro dos homens com seus abismos). Somente em sitações limites é que descobrimos o quanto somos anjos ou demônios. De modo delicadamente analítico, todos somos um pouco dos dois, como aqui mesmo já fora dito, ainda quando agimos como "anjos". O fato de não perceber até onde se está sendo bom ou ruim para outrem, diante de determinadas situações, por vezes nos deixa praticamente "cegos" já que, muitas vezes somos incapazes de perceber o que há de bom em situações teoricamente desagradáveis ou o que há de ruim em situações extremamente "confortáveis" aos nossos sentidos. E é exatamente assim que costumamos confundir a idéia de anjos e demônios. O espetáculo vem então para dismistificar essa idéia de maneira lúcida (ainda que, po vezes, se utilize um pouco do lúdico). E o melhor de tudo é  poder falar disso sem entrar na esfera religiosa. Além desta sintonia com o "agora" e com o devido respeito à liberdade de crença da população, trazendo à tona sérias questões humanas do nosso tempo, os patrocinadores podem contar com a certeza de que agradarão à maioria... Já que trata-se de um espetáculo múltiplo. Além de ter o diferencial de caminhar sempre com a integração das artes plásticas (com obras da artista Argentina Eva Hernandez) e da literatura (Com o livro "Sobre Homens e Abismos"), deve-se ressaltar que este não é um espetáculo pertencente a nenhum movimento dramatúrgico específico. Sendo, portanto, impossível de qualificar como pertencente ao naturalismo, realismo, tragédia, comédia ou qualquer outra coisa do tipo. De uma maneira geral dizemos que é uma tragicomédia, para simplificar o que pode ser visto... Mas isto, de fato, não o define. É um espetáculo autêntico e próprio de si em seu mais vasto sentido. Portanto, quem o vê, desde o início é incentivado a estar aberto à todas as possibilidades de emoções, impressões e sentidos, inclusive à do desprendimento dos atores de seus respectivos personagens ao final de tudo (ainda que voltem a eles em seguida afim ter o espetáculo concluído). De fato, este é um espetáculo moderno que não pretende subestimar o espectador de maneira alguma. Ao contrário disso quer mesmo é fazê-lo pensar e levantar suas próprias questões sobre um ou outro tema levantado, apresentado, discutido, mas jamais definido como sendo pertinente ou impertinente a um ou outro conceito filosófico arcaico e difundido. Não tomamos partido, apenas cumprimos o propósito artístico de entreter, emocionar (fazendo rir e chorar) sem qualquer propósito lecional incutido. Com "Anjos" o público é convidado a transitar pelas mais diversas emoções. A resposta a isto está no olhar do espectador, que depois de tudo, sai, claro, sempre sorrindo e querendo vir novamente para "bisbilhotar" um pouco mais do que lhe foi concedido. Anjos não é um espetáculo de ideais filosofais que são a toda hora ditos, é um espetáculo para ser vivido, mesmo para quem, por ventura, mesmo sem querer, o acabar assistindo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

ULTIMO FINAL DE SEMANA!!!

Chegamos ao último final de semana do espetáculo na Tijuca. E como não haveria de ser diferente, essa primeira temporada serviu para definir alguns ajustes... O elenco cresce progressivamente, entendendo o que é e o que não é justo aos seus personagens. Tecnicamente pretendo melhorar algumas coisas para o futuro dos Anjos. O conceito plástico está bacana, mas não saiu exatamente como pensei (ainda tenho que me acostumar com isso). Vamos aparar as arestas e melhorar o que ficou faltando para a próxima temporada. O mérito que cada um tem é inquestionável. Contudo, nisso, não há maravilhamento algum, já que realizadores fazem exatamente o que fizemos. O que eu gosto é de ver quando isso acontece com brilho nos olhos. Para fazer teatro é preciso coragem. Ir à luta e cavar seus poços sem saber onde é o início e fim de cada um. De tudo, o que fica é apenas uma lembrança do começo. Mas o fim, na verdade não existe, nem mesmo quando chegamos a aquilo que chamamos de  fim. Com o passar do tempo a gente entende que tudo é sempre um recomeço. E é preciso respeitar isso cada vez que se pisa num palco ou que se levanta um espetáculo. Quero que estes atores, esses anjos, que fazem os "Anjos" tenham sempre a consciência disso. De que cada vez que se re-começa um espetáculo é única. É preciso que seja única para que estejamos abertos a escutar os nossos companheiros como se fosse a primeira vez. Admirá-los e surpreendê-los como se estivesse fazendo isso naquele exato momento. Da cabine, eu tento vê-los assim... Esperando sempre que me surpreendam positivamente. "Anjos" é um exercício à simplicidade, ao contrário do que pareça e, é claro, à humildade e à generosidade. Um espetáculo para atores que entendem que é preciso continuar buscando e cavando cada vez mais os seus próprios poços.
O Espetáculo está "de pé" . Ficou, com o suor da labuta, com a luta contra todas as impossibilidades que, aos nossos olhos, foram meras pedrinhas que não nos impediram de passar... Agora é ir à luta para fazê-lo acontecer de verdade, dentro e fora da cidade. Neste último final de semana teremos a parte de literatura verdadeiramente integrada. Um atraso imenso para entrar por definitivo devido à entrega dos exemplares, mas agora finalmente está. A parte de Literatura será representada pelo Livro SOBRE HOMENS E ABISMOS, de onde também foi retirado o cheiro desse espetáculo. Parabéns a cada um dos que fizeram os "Anjos" acontecerem nesse primeiro momento. Agora é amadurecer e levar à frente na esperança de encontrar teatros interessados em nosso trabalho nesse Rio de Janeiro.


sexta-feira, 2 de abril de 2010

HOJE É DIA DE MAGIA!




Hoje é dia de diversão. Para os espectadores e para os "Anjos" desse espetáculo. Hora de colher o fruto de tudo aquilo que plantamos. A dedicação e o esforço de cada um serão recompensados em cena, segundo aquilo que deram de si, sob o calor dos refletores que derramam sobre cada um de nós um pouco da inquietude do ser. Para SER é preciso ESTAR e para ESTAR é preciso ir a algum lugar. Fomos a tantos que, agora, já nem sei mais por onde deixamos de caminhar. Acho que o maior orgulho que tenho é de ver que todos nós fizemos algo em prol do nosso propósito mor (o espetáculo). Ver os atores se esforçando não só na cena, mas também nos bastidores, é motivo de muito orgulho. E nada melhor do que isto para tornar um espetáculo inteiramente seu... Como já disse aqui, GOSTO DE SENTIR QUANDO UM ESPETÁCULO NÃO É MAIS MEU... Hoje, gostaria de salientar, que nesse dia tão esperado pelos nossos "Anjos", acontecerá algo realmente especial. Hoje, os anjos deixam de serem meus para serem unicamente daqueles que o fazem e do mundo. Toda a minha torcida para que acertem o que tanto ensaiamos e buscamos durante todo esse tempo estará vista em meus olhos, é verdade (isso sempre acontece, diga-se de passagem).  Mas no dia em que mais esse filho nasce, no calor dessa maternidade, isso aflora de uma maneira especial, meio anti-natural e, por vezes, até anormal, porque apesar de todo diretor (ou pai) querer cuidar o tempo inteiro da sua cria, na hora H, quem manda é o ator (esse filho libertino que em algum momento tomará as rédeas de sua própria vida). Essa é a magia do teatro. Nada posso fazer a não ser torcer, torcer, torcer e rezar para que tudo dê certo. E dará! Certo estou que todos darão o seu melhor... E o melhor desses artistas o público verá, mesmo porque o melhor deles foi explorado até a ultima gota.  Quando pensavam que faziam, sempre vi que podiam fazer um pouco mais... E um pouco mais trabalhei para retirar o melhor de cada um... Agora é com eles, os "Anjos" que certamente nossos espectadores não se esquecerão... Jamais!

Boa Ceia, Bom Jantar... Boa festa de partilha para todos aqueles que estiverem por lá ouvindo as canções desses "Anjos" que cantarão como loucos aos seus ouvidos e diante de cada olhar.

Anjos, hoje é o início de algo que não termina nunca, nem mesmo quando acabar.


Agradeço a todos pela gana de realizar... Quem quer consegue, quem planta colhe e quem batalha com fé, em algum momento oportuno vencerá!


Do Anjo Onipresente e Onisciente
Oscar Calixto